domingo, 12 de janeiro de 2020

Nós falhamos, reconhece Cristovam Buarque
Ex-senador faz autocrítica
Cristovam Buarque
10.jan.2020 (sexta-feira) - 5h30
Durante 26 anos, a República brasileira teve 5 presidentes de um mesmo bloco político. Apesar de partidos, ideologias e comportamentos diferentes, Itamar, Cardoso, Lula, Dilma e Temer vêm do mesmo grupo que lutou contra a ditadura e defendeu posições progressistas, em graus diferentes, na economia, na sociedade e nos costumes.
Foi, portanto, 1/4 de século e de República governado por democratas-progressistas. Nesse período recuperamos a estabilidade da moeda, criamos Bolsa Escola, Bolsa Família, Mais Médicos e Minha Casa Minha Vida, tivemos uma política externa independente e presente, mas não fizemos as transformações que o Brasil necessita e que a história esperava de nós.
A observação do Brasil que deixamos em 2018 demonstra que falhamos política e estruturalmente. Não demos coesão nem rumo ao Brasil. Basta olhar ao redor para ver que deixamos nosso país com 12 milhões de adultos analfabetos e 100 milhões sem saneamento, a população igualmente pobre e a renda igualmente concentrada; estamos nas últimas posições no Pisa e muito aquém do que deveríamos no IDH.
Deixamos a economia em recessão alarmante, e com desemprego em níveis dramáticos.
No nosso período, o país ficou mais radicalizado, violento e corrupto. Com menos coesão social e política e sem 1 rumo histórico. O Estado ficou mais ineficiente, aparelhado e endividado. Nós falhamos no propósito de mudar e dar uma nova direção para o futuro de nosso país e de nosso povo. Falhamos também politicamente ao levar os eleitores a escolher 1 governo diametralmente oposto ao que nós representávamos.
Falhamos e continuamos falhando ao não entendermos que falhamos, ao nos recusarmos a fazer uma autocrítica, condição preliminar para voltarmos a nos apresentar ao povo como uma alternativa progressista. Precisamos entender quais foram nossos erros.
O primeiro foi chegar ao poder como progressistas e nos acomodarmos como democratas conservadores. Ficamos 26 anos consolidando a democracia, sem reorientar o país nos novos tempos que vivemos. Não corrigimos as falhas do passado, nem apontamos ao novo progresso. Não entendemos que depois da “curva da história” nas últimas décadas, as ideias antigas já não servem.
A geopolítica e o comércio ficaram globais, a ciência e a tecnologia fizeram a robótica e a inteligência artificial, as mudanças climáticas definiram limites para o crescimento econômico, a democracia nacional deixou de dar resposta aos problemas que ficaram
planetários, a pirâmide etária se inverteu, o Estado se esgotou moral, financeira e gerencialmente. Mas ignorando as mudanças na realidade, nós insistimos nas velhas ideias e nos velhos hábitos sobre como enfrentar o problema da pobreza, da desigualdade, do desenvolvimento.
Não entendemos que a justiça social exige economia eficiente. Que no tempo da economia do conhecimento, o aumento de produtividade, inovação e competitividade dependem da educação de qualidade para todos. Que deixar cada criança para trás é deixar o Brasil para trás. Continuamos tratando educação como um direito de cada brasileiro, e não como o vetor do progresso de todos.
Falhamos ao não entender que a bandeira progressista de hoje não está mais na ideia de a economia rica educar o povo, mas na educação de qualidade fazer a economia rica. Não vimos que as transformações sociais virão da equidade no acesso à educação de base.
Não percebemos que a “utopia” dos progressistas de hoje deve ser construir coesão nacional para executar uma estratégia que em algumas décadas o Brasil tenha uma educação com a qualidade das melhores do mundo e todas nossas escolas com a mesma qualidade, independente da renda e do endereço da família de seus alunos.
Falhamos por não termos a ousadia de propor o caminho para construir responsavelmente um país onde os filhos dos pobres estudem em escolas com a mesma qualidade dos filhos dos ricos. Preferimos vender a ilusão de que os filhos dos pobres ingressarão nas universidades mesmo sem acesso a uma boa educação de base.
Falhamos porque ficamos sem bandeira que nos diferenciasse. Não apenas perdemos uma eleição: fomos para casa sem deixar uma bandeira fincada. Por isso, deixamos o povo e a juventude sem esperança, apenas desencanto com o futuro e nostalgia de algumas narrativas.
Falhamos ao acreditar que eram verdadeiras as falsas narrativas que os marqueteiros inventaram para o que teriam sido realizações nossas. Falhamos ao cair na corrupção para pagar os marqueteiros, financiar campanhas e até enriquecimento pessoal.
Ao lado da falta de uma bandeira utópica, possível, responsável, a corrupção foi a maior de nossas falhas: privataria, mensalão, petrolão são vocábulos de nosso tempo no poder. Não apenas na corrupção do comportamento, também a corrupção nas prioridades dos estádios antes das escolas, das obras inacabadas; a corrupção das mordomias e privilégios que ampliamos em vez de eliminar.
Mas estas falhas talvez não tivessem acontecido se não fosse a trágica falha de termos cooptado os intelectuais e universitários em siglas partidárias. Nossos intelectuais silenciaram na crítica à corrupção, seja no comportamento dos nossos políticos corruptos, seja de nossas prioridades.
Prisioneiros de velhos esquemas teóricos, não foram capazes, nem tiveram interesse nem ousadia para radicalizar na formulação de um novo rumo para o Brasil. Pelo erro de cooptar os intelectuais, pagamos um alto preço de não contar com a crítica do presente, nem com novas ideias para o futuro. O que o stalinismo fez com o uso da força, nós fizemos pelo aparelhamento de nossa inteligência.
Esta foi uma das causas de termos ficado contra todas as reformas. Fomos eleitos para reformar o Brasil e ficamos contra as reformas. Não reformamos o Estado mordômico do Brasil: aumentamos o número de carros oficiais e de privilégios da cúpula no poder; não reformamos a política, ao contrário, nadamos nela como peixe na água, sem disfarçar a desfaçatez.
Na economia, demos o passo certo de adotar a responsabilidade fiscal, mesmo assim deixamos de respeitá-la com o uso de truques contábeis e “pedaladas”. Nenhuma reforma fizemos no sistema financeiro e bancário; não reformamos o injusto, complicado e vulnerável sistema fiscal; mantivemos a maior carga fiscal e os piores serviços públicos da história; não tocamos no complicado e comprável sistema de justiça.
Nós falhamos ao longo de 26 anos e continuamos falhando por não querermos entender que falhamos. A mesma arrogância que tivemos no poder, com narrativas falsas, mostramos agora ao ignorar o recado que o eleitor nos deu. Como se ele, o eleitor, tivesse falhado, não nós. Mas, nós falhamos.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

*O Estadão já está dando sinal de cansaço com a alma mais honesta deste mundo. Aqui o Editorial de hoje(07/01/2020) do jornal.*
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Stephen Kanitz...
"Como Tantos Foram Enganados Por Tanto Tempo Por Tão Poucos

A esquerda no Brasil é extremamente pequena.

Não passam de 1 milhão de intelectuais frustrados, jornalistas jovens e inexperientes, professores universitários preguiçosos e jovens arrogantes que acham já capazes de salvar o mundo.

A direita é dezena de vezes maior, composta por 5 milhões de empreendedores, 8 milhões de profissionais liberais, 12 milhões de supervisores, contramestres, operadores logísticos que produzem todo dia bens e serviços para a sociedade .

Por isso não tem tempo para se dedicarem de segunda a sexta ao esquerdismo, quando protestam é no domingo .

A família Mesquita que controla pelo menos o editorial do Estadão escreve hoje leitura obrigatória:

“O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando a partir de 2003, a consciência crítica da Nação ficou anestesiada.

A partir de agora ( recusam citar Bolsonaro ) , será preciso entender como foi possível que tantos tenham se deixado enganar por um político que jamais se preocupou senão consigo mesmo, com sua imagem e com seu projeto de poder

Por um demagogo que explorou de forma inescrupulosa a imensa pobreza nacional para se colocar moralmente acima das instituições republicanas

Por um líder cuja aversão à democracia implodiu seu próprio partido, transformando-o em sinônimo de corrupção e de inépcia.

De alguém, enfim, cuja arrogância chegou a ponto de humilhar os brasileiros honestos, elegendo o que ele mesmo chamava de “postes”.

 Nulidades políticas e administrativas ( como economistas como Dilma, Mantega, Coutinho, Barbosa, Gabrielli, Mercadante, Haddad, Buarque) que ele alçava aos mais altos cargos para demonstrar o tamanho, e a estupidez, de seu carisma.

Muito antes de Dilma ser apeada da Presidência já estava claro o mal que o lulopetismo causou ao País.

Com exceção dos que ou perderam a capacidade de pensar ou tinham alguma boquinha estatal, os cidadãos reservaram ao PT e a Lula o mais profundo desprezo e indignação.

Mas o fato é que a maioria dos brasileiros passou uma década a acreditar nas lorotas que o ex-metalúrgico contou para os eleitores daqui.

Fomos acompanhados por incautos no exterior.

Raros foram os que se deram conta de seus planos para sequestrar a democracia e desmoralizar o debate político, bem ao estilo do gangsterismo sindical que ele tão bem representa. ( Assistam O Irlandês no Netflix)

Lula construiu meticulosamente a fraude segundo a qual seu partido tinha vindo à luz para moralizar os costumes políticos e liderar uma revolução social contra a miséria no País.

Quando o ex-retirante nordestino chegou ao poder, criou-se uma atmosfera de otimismo no País.

Lá estava um autêntico representante da classe trabalhadora, um político capaz de falar e entender a linguagem popular e, portanto, de interpretar as verdadeiras aspirações da gente simples. ( Como Obama)

Lula alimentava a fábula de que era a encarnação do próprio povo, e sua vontade seria a vontade das massas.

O mundo estendeu um tapete vermelho para Lula.

Era o homem que garantia ter encontrado a fórmula mágica para acabar com a fome no Brasil e, por que não?

bastava, como ele mesmo dizia, ter “vontade política”.

Simples assim.

Nem o fracasso de seu programa Fome Zero nem as óbvias limitações do Bolsa Família arranharam o mito.

Em cada viagem ao exterior, o chefão petista foi recebido como grande líder do mundo emergente.

Mesmo que seus grandiosos projetos fossem apenas expressão de megalomania, mesmo que os sintomas da corrupção endêmica de seu governo já estivessem suficientemente claros, mesmo diante da retórica debochada que menosprezava qualquer manifestação de oposição.

Embalados pela onda de simpatia internacional, seus acólitos chegaram a lançar seu nome para o Nobel da Paz e para a Secretaria-Geral da ONU.

Nunca antes na história deste país um charlatão foi tão longe.

Quando tinha influência real e podia liderar a tão desejada mudança de paradigma na política e na administração pública, preferiu os truques populistas.

Enquanto isso, seus comparsas tentavam reduzir o Congresso a um mero puxadinho do gabinete presidencial, por meio da cooptação de parlamentares, convidados a participar do assalto aos cofres de estatais.

A intenção era óbvia: deixar o caminho livre para a perpetuação do PT no poder.

O processo de destruição da democracia foi interrompido por um erro de Lula:

julgando-se um kingmaker, escolheu a desconhecida Dilma Rousseff para suceder-lhe na Presidência e esquentar o lugar para sua volta triunfal quatro anos depois.

Pois Dilma não apenas contrariou seu criador, ao insistir em concorrer à reeleição, como o enterrou de vez, ao provar-se a maior incompetente que já passou pelo Palácio do Planalto.

Assim, embora a história já tenha reservado a Dilma um lugar de destaque por ser a responsável pela mais profunda crise econômica que este país já enfrentou, será justo lembrar dela no futuro porque, com seu fracasso retumbante, ajudou a desmascarar Lula e o PT.

Eis seu grande legado, pelo qual todo brasileiro de bem será eternamente grato.

domingo, 5 de janeiro de 2020

COMENTÁRIO E POLÊMICAS SOBRE ECOLOGIA

Prestem bem atenção ao que se diz e se escreve sobre preservação de meio ambiente e ecologia.

A grande maioria dos textos é parte de uma doutrinação dos países ricos e queimadores de combustíveis fósseis, visando concentrar os países que possuem florestas a manterem à custo de seu desenvolvimento as florestas intactas.

Como precisam das florestas tropicais para compensar a queima de petróleo e carvão em seus países, partem para uma doutrinação cultural, envolvendo incautos jovens de países subdesenvolvidos.

O principal fantasma ecológico é o aquecimento da terra.

Pois bem, desviam as atenções para termos como CO2, efeito estufa, buraco na camada de ozônio, etc, etc. Não digo que isto não exista. Mas, para mim, como engenheiro, sob o prisma da termodinâmica, pensando como se fosse contratado para refrigerar uma casa, teria que fazer uma equação considerando:

1) a insolação proveniente da irradiação solar;
2) a dimensão e volume das emissões de calor no ambiente;
3) a dimensão do exaustor e sistema de resfriamento a ser instalado (no caso da ecologia, das florestas existentes);

O primeiro fator, vindo do Sol, não depende de nós.

O segundo item representa os países (territórios) que emitem calor, principalmente com a queima de combustíveis fósseis. (Europa, América do Norte, Ásia e Oriente Médio.)

O terceiro, os países (territórios) que reciclam o calor e a atmosfera, com suas florestas! (O Brasil e nossa Amazônia.)

Ora ora! É lógico e comprovado que os participantes do item 2), queiram que os participantes do grupo 3) mantenham intacto o sistema de refrigeração da Terra, para manterem e contrapor as “fornalhas” ligadas do grupo 2)!

Isto é justo?

Não! Não é!

Você estaria disposto a pagar a conta de energia para que seu ar condicionado refrigerasse o Apto do seu vizinho?

O minimamente justo é que o vizinho faça um rateio de sua conta de energia elétrica.

Acordem os jovens bobalhões e doutrinados pelos países queimadores de combustíveis fósseis!

Vou dar um exemplo a estes tolos jovens: Perguntem se eles topam compartilhar a internet de seus smartphones com amigos, indefinidamente e gratuitamente?

Assim funciona a Amazônia: capturamos CO2 da atmosfera e devolvemos humidade para a atmosfera! Humidade que gera chuva e resfria a atmosfera!

O Brasil, imagino, deve ser o maior credor do mundo com relação a preservação do equilíbrio da têmpera do planeta!

O mundo nos deve trilhões!

É justo os árabes serem trilhardários com a venda de petróleo, que após ser queimado aquece a atmosfera, e nós (amazônicos) sermos pobres e obrigados a refrigerar a atmosfera que os produtores de petróleo e carvão aquecem e poluem?

Sem nenhuma compensação?

O mundo, quiçá a ONU, se de fato querem “salvar” o planeta, precisam estabelecer uma taxação mundial dos combustíveis fósseis para redistribuir com os países amazônicos!!!!

Se não querem conversar sobre esta verdade e fatos, calem a boca sobre ecologia e suas doutrinações!!!

Onde está a sueca Greta Thunberg que só quer discutir as queimadas periódicas das florestas tropicais e não dá um pio sobre a queima de combustíveis fósseis no planeta??

O mundo tem que parar de dar atenção a pirralhas e conversar sério com cientistas e engenheiros!

Ecochatos só pensam em repetir as ideias doutrinárias dos países desenvolvidos! Não entendem nada das ciências que regem o assunto: Termodinâmica e Climatologia!

Chega de baboseiras !

John Kirchhofer