terça-feira, 1 de março de 2016

4 Fatos que todo mundo deveria conhecer sobre a Hepatite: tipo A, B, C e autoimune

por Camila Silva
Entre as funções do maior órgão do corpo humano, o fígado, estão: armazenar e metabolizar as vitaminas, sintetizar as proteínas, desintoxicar o organismo e produzir a bile. No entanto, segundo a organização não-governamental World Hepatites Alliance, 500 milhões de pessoas sofrem de inflamações que comprometem o funcionamento desse órgão. Você conhece algum sintoma?
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o tipo de hepatite mais frequente é a C, que atinge 2 milhões de pessoas, ou seja, 1,5% da população. Entre os principais tipos de hepatite estão a A, a B, a C e a autoimune. Cada uma tem causas distintas, com sintomas muito similares: dor de cabeça e no corpo, cansaço, fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.

Alguns fatos sobre hepatite

Hepatite tipo A

1. Transmissão: Por via fecal-oral, ou seja, alimentos mal lavados e condições sanitárias insatisfatórias são os principais canais para o contágio.
2. Sintomas: Muitas vezes assintomática, pode passar despercebida. Mesmo quando alguns sintomas são manifestados, esses costumam ser leves.
3. Evolução: A hepatite A nunca evolui para doença crônica, pode permanecer no organismo por até dois meses e raramente se transforma em problemas agudos ou graves que necessitam de transplante de fígado.
4. Tratamento: Não existe tratamento específico, em geral, recomenda-se repouso e, quando necessário, o uso de medicamentos para controlar desconfortos como enjoos, dor de cabeça e febre.

Hepatite tipo B

1. Transmissão: Ocorre por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de seringas e agulhas entre usuários de drogas e relações sexuais sem preservativo. Em casos de gravidez, a gestante pode passar a doença para o bebê na hora do parto e, por causa disso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais.
2. Sintomas: Fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
3. Evolução: Os sintomas podem persistir por até seis meses, tempo que o organismo leva para criar anticorpos contra o vírus ou para que o problema se torne crônico.
4. Tratamento: A ingestão de bebidas alcoólicas durante esse quadro clínico é proibida. Hoje em dia existem vários medicamentos específicos para a hepatite B.

Hepatite tipo C

1. Transmissão: Tanto a transfusão de sangue como a injeção de drogas ilícitas faz parte das principais vias de contaminação desse tipo de hepatite, sendo a transmissão sexual incomum.
2. Sintomas: Fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
3. Evolução: A hepatite C pode levar à cirrose, por exemplo, e causar sérios riscos ao funcionamento do fígado.
4. Tratamento: Existem medicamentos antivirais que podem levar à eliminação do vírus em até 65% dos casos. Em casos graves, o transplante de órgão pode ser a única solução.

Hepatite autoimune

1. Transmissão: A pessoa já nasce com essa predisposição e desenvolve os sintomas ao longo da vida. Não se sabe a causa exata da hepatite auto-imune. Sabe-se, porém, que o corpo produz anticorpos contra o próprio fígado.
2. Sintomas: Insuficiência hepática, fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
3. Evolução: Congênita, os sintomas dessa doença se agravam ao longo da vida, caso não haja acompanhamento e tratamento precoce.
4. Tratamento: O tratamento é feito com uso de corticoides, associados ou não a outros medicamentos, para inibir que o sistema de defesa entenda o fígado como inimigo e produza anticorpos.

Prevenção contra a doença

A melhor forma de evitar contrair hepatite é preveni-la. O tipo A pode ser evitado com medidas de saneamento básico e higienização correta dos alimentos. Para evitar a contaminação da hepatite B e da C, devem-se usar agulhas e seringas descartáveis, buscar transfusão de sangue em bancos com controle de qualidade e utilizar preservativos nas relações sexuais. Tanto o tipo A quanto o tipo B da doença tem vacina.

A Intolerância ao Glúten e a Doença Celíaca

Nos últimos anos, as dietas sem glúten tornaram-se um grande modismo, principalmente como uma maneira de perder peso e promover uma alimentação mais saudável. Para evitar os riscos do glúten à sua saúde, é importante conhecer seus efeitos, e saber como evitá-lo.

O que é o glúten?

O glúten (do latim gluten, "cola") é um composto de proteínas encontrado em grãos de trigo e afins, incluindo cevada e centeio. Ele dá elasticidade à massas, ajudando-as a crescer e manter sua forma, muitas vezes dando ao produto final uma textura de borracha. (Fonte)

Doença celíaca e sensibilidade ao glúten

A doença celíaca é um distúrbio auto-imune do intestino delgado que ocorre em pessoas geneticamente predispostas de todas as idades. Ela é causada por uma reação à gliadina, uma prolamina (proteína do glúten) presente no trigo e em proteínas semelhantes, como cevada e centeio. Após a exposição à gliadina, o sistema imune reage com o tecido do intestino delgado, causando uma reação inflamatória. Isso leva a uma atrofia das vilosidades do forro do intestino delgado e interfere na absorção de nutrientes.

O único tratamento eficaz conhecido é uma dieta livre de glúten por toda a vida. Essa doença é causada por uma reação às proteínas do trigo, mas não é a mesma coisa que uma alergia ao trigo. (Fonte)

A sensibilidade ao glúten é quando os sintomas da doença celíaca aparecem, mas os exames clínicos eliminam essa possibilidade. Estes casos não são tão graves como a doença celíaca, mas o desconforto ainda existe.

Sintomas

1. Problemas de pele: As pessoas com intolerância ao glúten tendem a sofrer de uma variedade de doenças de pele após a exposição ao glúten. Estas condições podem desde uma coloração na pele, até erupções inexplicáveis ​​ou acne. As erupções cutâneas mais frequentemente aparecem na parte de trás dos joelhos, cotovelos, costas, nádegas e pescoço.

2. Enxaquecas e falta de foco:Dependendo do nível de intolerância, você pode sofrer de um ou ambos. A falta de foco faz com que você tenha problemas para se concentrar ou pensar, e as enxaquecas podem ser intensas e debilitantes. Estes sintomas podem levar à depressão e irritabilidade.

3. Inchaço: Depois de comer alimentos que contém glúten, seu estômago pode inchar, causando desconforto ou dores abdominais.

4. Dormência nas extremidades e dores articulares: Muitas pessoas não atribuem esses sintomas à sensibilidade ao glúten, mas eles são muitas vezes sinais eficazes de alerta. Os seus braços, pernas, mãos e pés parecem "dormir" ou "formigar" e/ou suas articulações doem de maneira similar à artrite, mas são resultado de uma inflamação local.

5. Diarréia, gases e prisão de ventre: Esses são todos sintomas típicos de muitas intolerâncias alimentares. Portanto, para saber se estão relacionados ao glúten, você terá que manter um diário alimentar e prestar atenção em quando eles ocorrem.

6. Fadiga e lentidão: Se você acorda cansado, mesmo depois de dormir bem, e passa o dia se sentindo lento, o glúten pode ser o culpado. Isso ocorre porque o glúten interfere com os seus padrões de sono natural. Isso significa que não importa o quanto você durma, o seu corpo não ficará completamente descansado.

7. Mudanças de humor: A intolerância ao glúten pode resultar em depressão, ansiedade, e outras alterações de humor. Se você não acredita que outros fatores (como mudanças pessoais, por exemplo) possam explicar essas oscilações, é possível que elas sejam resultado de uma sensibilidade ao glúten.

8. Questões hormonais: A sensibilidade ao glúten pode resultar em problemas hormonais, e pesquisas atuais estão estudando a ligação entre a intolerância ao glúten e a síndrome do ovário policístico, a TPM e a infertilidade.

9. Doença auto-imune: A doença celíaca em si é uma doença auto-imune, mas a sensibilidade ao glúten pode muitas vezes aparecer em conjunto com outras delas, tais como artrite reumatóide, lúpus, escleroderma, miastenia, esclerose múltipla ou psoríase.

10. Questões neurológicas: A sensibilidade ao glúten pode resultar em interferências neurológicas, tais como uma perda repentina de equilíbrio, falta de coordenação, ou episódios de tontura. Esses sintomas geralmente se apresentam cerca de uma hora após o consumo de glúten.

Se você apresenta esses sintomas, é sempre aconselhável consultar um médico assim que possível!

Fonte: Lúcia N.