Entre as funções do maior órgão do corpo humano, o fígado, estão: armazenar e metabolizar as vitaminas, sintetizar as proteínas, desintoxicar o organismo e produzir a bile. No entanto, segundo a organização não-governamental World Hepatites Alliance, 500 milhões de pessoas sofrem de inflamações que comprometem o funcionamento desse órgão. Você conhece algum sintoma?
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o tipo de hepatite mais frequente é a C, que atinge 2 milhões de pessoas, ou seja, 1,5% da população. Entre os principais tipos de hepatite estão a A, a B, a C e a autoimune. Cada uma tem causas distintas, com sintomas muito similares: dor de cabeça e no corpo, cansaço, fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
Alguns fatos sobre hepatite
Hepatite tipo A
1. Transmissão: Por via fecal-oral, ou seja, alimentos mal lavados e condições sanitárias insatisfatórias são os principais canais para o contágio.
2. Sintomas: Muitas vezes assintomática, pode passar despercebida. Mesmo quando alguns sintomas são manifestados, esses costumam ser leves.
3. Evolução: A hepatite A nunca evolui para doença crônica, pode permanecer no organismo por até dois meses e raramente se transforma em problemas agudos ou graves que necessitam de transplante de fígado.
4. Tratamento: Não existe tratamento específico, em geral, recomenda-se repouso e, quando necessário, o uso de medicamentos para controlar desconfortos como enjoos, dor de cabeça e febre.
Hepatite tipo B
1. Transmissão: Ocorre por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de seringas e agulhas entre usuários de drogas e relações sexuais sem preservativo. Em casos de gravidez, a gestante pode passar a doença para o bebê na hora do parto e, por causa disso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais.
2. Sintomas: Fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
3. Evolução: Os sintomas podem persistir por até seis meses, tempo que o organismo leva para criar anticorpos contra o vírus ou para que o problema se torne crônico.
4. Tratamento: A ingestão de bebidas alcoólicas durante esse quadro clínico é proibida. Hoje em dia existem vários medicamentos específicos para a hepatite B.
Hepatite tipo C
1. Transmissão: Tanto a transfusão de sangue como a injeção de drogas ilícitas faz parte das principais vias de contaminação desse tipo de hepatite, sendo a transmissão sexual incomum.
2. Sintomas: Fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
3. Evolução: A hepatite C pode levar à cirrose, por exemplo, e causar sérios riscos ao funcionamento do fígado.
4. Tratamento: Existem medicamentos antivirais que podem levar à eliminação do vírus em até 65% dos casos. Em casos graves, o transplante de órgão pode ser a única solução.
Hepatite autoimune
1. Transmissão: A pessoa já nasce com essa predisposição e desenvolve os sintomas ao longo da vida. Não se sabe a causa exata da hepatite auto-imune. Sabe-se, porém, que o corpo produz anticorpos contra o próprio fígado.
2. Sintomas: Insuficiência hepática, fraqueza, perda de apetite, febre, urina escura, fezes claras e cor amarelada na pele e na mucosa.
3. Evolução: Congênita, os sintomas dessa doença se agravam ao longo da vida, caso não haja acompanhamento e tratamento precoce.
4. Tratamento: O tratamento é feito com uso de corticoides, associados ou não a outros medicamentos, para inibir que o sistema de defesa entenda o fígado como inimigo e produza anticorpos.
ISTOCK
A boa notícia é que tem vacina para dois tipos de hepatite, A e B
Prevenção contra a doença
A melhor forma de evitar contrair hepatite é preveni-la. O tipo A pode ser evitado com medidas de saneamento básico e higienização correta dos alimentos. Para evitar a contaminação da hepatite B e da C, devem-se usar agulhas e seringas descartáveis, buscar transfusão de sangue em bancos com controle de qualidade e utilizar preservativos nas relações sexuais. Tanto o tipo A quanto o tipo B da doença tem vacina.